Utilizado por grandes times e pela Seleção Olímpica, TacticalPad facilita preparação tática, simulações e análises de jogadas. Faturamento deve crescer de 30% a 50% em 2016

Paixão pelo futebol inspirou criação de empresa e de software

30 de agosto de 2016

O que há em comum entre a seleção masculina de futebol que conquistou a inédita medalha de ouro para o Brasil nos Jogos Olímpicos Rio 2016, as seleções olímpicas de Portugal (masculina) e do Brasil (feminina) e cerca de 80% dos times brasileiros das séries A e B, como Palmeiras, São Paulo, Cruzeiro, Internacional, Coritiba, Corinthians, Flamengo, Bahia, Vitória, Atlético-PR, entre tantos outros? Todos utilizam o software TacticalPad em seus treinos e preleções.

Desenvolvido pela ClanSoft, o TacticalPad permite que treinadores, auxiliares técnicos e preparadores físicos abandonem as velhas pranchetas de madeira para adotar uma alternativa mais eficiente para trabalhar a preparação tática do time, estudar decisões estratégicas, realizar simulações e analisar jogadas, inclusive dos adversários.

O software é fruto da paixão dos sócios da ClanSoft, os engenheiros de computação Pedro Almeida, Danilo Lacerda e Fernando Closs. “Como amante do futebol sempre me fascinaram as jogadas ensaiadas. Daí surgiu a ideia de um aplicativo de animação de jogadas”, disse Closs, diretor-geral da empresa.

A iniciativa para a criação da empresa, em 2009, veio com a possibilidade de obter apoio da FAPESP por meio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). “Não tínhamos capital próprio necessário para arriscar deixar nossos empregos e montar a empresa, pensando somente na rentabilidade futura”, disse Closs.

A startup cresceu incubada na Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec) – da qual se emancipou há cerca de um ano –, enquanto o TacticalPad passava por atualizações contínuas. Atualmente, pode ser utilizado em dispositivos com plataformas Windows, Android e iOS, visualizado em tablets e smartphones e projetado em telas de TV e computadores. Também foram incorporados avanços nas funcionalidades como animação 3D, exportação de documentos, compartilhamento de projetos, gerenciamento de equipes, estatística básica de jogo, melhor qualidade gráfica, dentre outros.

“O apoio da FAPESP viabilizou a primeira versão do projeto”, disse Closs. Além do PIPE, eles contaram também com recursos do programa Primeira Empresa Inovadora (Prime) da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para contratações de consultorias de mercado e financeira.

Logo que o projeto foi aprovado, o trio passou a estudar o mercado e avaliar o nível de maturidade dos softwares já existentes para a mesma finalidade. Encontraram poucas soluções concorrentes. Quando iniciaram os primeiros contatos com profissionais da área, perceberam que as equipes técnicas consideravam esses programas muito complicados de operar, e os jogadores tinham dificuldade de entendê-los. “Decidimos atacar neste nicho de modo bastante profissional”, disse Closs.

Para mapear as necessidades de técnicos e jogadores, eles fizeram parcerias com os times de base do Palmeiras e profissional da Ponte Preta. A primeira versão do software foi lançada no fim de 2010.

As dificuldades começaram a surgir quando o aporte da FAPESP foi encerrado. “Desenvolver é a parte fácil dos projetos, mas o que fazer quando o ‘filho’ está no mundo, como fazê-lo ser visto, quanto cobrar, como tornar a empresa sustentável?”, disse Closs. 

O produto era bom, mas ainda não gerava renda para sustentar a empresa. Faltava fortalecer o lado comercial e de divulgação. “Chegamos próximos de encerrar, mas conseguimos nos salvar, encontramos soluções e atingimos um nível profissional realizador”, disse. 

Por serem amantes de futebol, os sócios se mantiveram motivados, mas o interesse por esporte e o foco na empresa mudaram com o tempo e com o aumento de responsabilidades. “Já não visitamos os clubes como ‘torcedores’, mas como profissionais iniciando uma nova relação”, disse Closs.

Os grandes clientes do TacticalPad são os treinadores ao redor do mundo. Curiosamente, a venda direta aos treinadores supera em muito as vendas para os clubes, uma vez que existe uma visão de que esse sistema é uma ferramenta que deve vir com o treinador e não o contrário.

Desde 2009 foram realizadas em torno de 8 mil vendas do software. Para a plataforma Windows, o software é vendido diretamente pela ClanSoft. Nas plataformas iOS, Android e Mac OSX, as licenças são realizadas pelas lojas de aplicativos de cada uma. O valor da licença é de R$ 199 anuais.

A ClanSoft atua também em consultoria para grandes empresas de tecnologia, como a Venturus e a Movile, para as quais desenvolve aplicativos. Seu faturamento está na ordem de R$ 1 milhão, incluindo o TacticalPad e o desenvolvimento de aplicativos para alguns clientes. O faturamento obtido com o TacticalPad foi de R$ 200 mil em 2015. A previsão de aumento de faturamento com o software em 2016 é de 30% a 50%.

Atualmente o maior nicho de mercado do TacticalPad é, naturalmente, o futebol, mas a empresa também disponibiliza versões para futsal, basquete, handebol, hóquei no gelo e futebol americano. 

ClanSoft
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