Empresas-filhas da Unicamp faturaram R$ 19,3 bilhões em 2022
25 de outubro de 2022* As empresas-filhas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) alcançaram juntas em 2022 o faturamento de R$ 19,3 bilhões, o que representa um aumento de 20,6% em relação ao ano de 2021. O aumento veio acompanhado da ampliação de 14,5% no número de empregos diretos oferecidos pelas 1.061 empresas-filhas ativas no mercado, que subiu de 38.315 para 44.624 empregos.
Os dados são da Agência de Inovação Inova Unicamp, que acaba de lançar o Relatório de Empresas-filhas da Unicamp de 2022. O documento reúne análises e resultados consolidados do mapeamento anual que a Inova realiza a fim de conhecer e mensurar o impacto gerado pelos empreendimentos cujos sócios- fundadores são alunos, ex-alunos, docentes ou funcionários de toda a universidade, conforme explica a professora Ana Frattini, diretora-executiva da Agência.
“O mapeamento das empresas-filhas da Unicamp de 2022 nos trouxe excelentes notícias sobre o ecossistema de inovação e empreendedorismo da universidade, como a progressão na geração de emprego e renda por empreendimentos que surgiram da nossa comunidade. São empreendedores que passaram pela Unicamp e hoje levam o conhecimento adquirido em sua formação acadêmica e profissional para as empresas que lideram”, avalia Frattini.
Ao todo, a Inova já mapeou 1.293 empresas do ecossistema empreendedor da Unicamp. Na comparação com o ano anterior, destaca-se um aumento de 162 novas empresas cadastradas. Das novas empresas cadastradas, a maioria foi fundada nos últimos três anos e juntas somam um faturamento de R$ 148,8 milhões, com a geração de 1.092 empregos diretos.
Segundo Frattini, a maior parte do aumento no número de empreendimentos do ecossistema consiste em micro ou pequenos negócios próximos da universidade. Por outro lado, o destaque no aumento de empregos e renda veio das empresas de grande porte, com faturamento na faixa de mais de R$ 300 milhões.
Uma dessas empresas de grande porte é o Grupo Safira, que atua no setor de energia e desde 2020 fatura mais de R$ 1 bilhão. O grupo está no mercado há 14 anos e foi fundado pelos ex-alunos Mikio Kawai Júnior, mestre em economia pelo Instituto de Economia (IE) e doutor em engenharia civil pela Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FECFAU) da Unicamp, e Marcelo Davanzo, bacharel em economia pelo IE.
A empresa-filha vem escalonando seu negócio com foco em energias renováveis, especialmente energia solar, além de integrar programas em parceria com startups a fim de promover a inovação aberta na empresa, para o desenvolvimento de novas soluções no setor. Segundo os fundadores, esse gradativo crescimento da empresa está afetando positivamente seu faturamento.
“Temos um crescimento consistente e gradual desde 2008. Mesmo com a pandemia de COVID-19, vimos a empresa crescer e alcançar, em 2020, um faturamento superior a R$ 1 bilhão. E a Unicamp foi um marco importante na nossa história, tanto pela formação que me ofereceu quanto pelos contatos para recrutar talentos da universidade para trabalharem no Grupo Safira”, diz Kawai Júnior.
Hoje, a empresa-filha tem sede em Barueri, São Paulo, e outras três unidades de serviço que englobam o mercado brasileiro e chileno. Ela emprega diretamente 120 pessoas e investe em iniciativas de ASG (Ambiental, Social e Governança), com atividades que visam causar impacto na economia familiar, geração de empregos em regiões carentes e responsabilidade ambiental com a geração de energia limpa.
Proximidade com a universidade
Assim como o Grupo Safira, 20% das empresas-filhas da Unicamp destacaram expandir seus negócios internacionalmente, seja exportando (33,6%) ou com escritório no exterior (17,51%) ou com outro tipo de atuação.
O professor Renato Lopes, diretor-executivo associado da Inova, avalia que a internacionalização demonstra a maturidade do ecossistema empreendedor da Unicamp, com empresas que vêm se consolidando em diversos nichos de mercado. Mas, mesmo com essa expansão, a maioria delas ainda opta por permanecer ou manter suas matrizes perto da Unicamp.
Ao todo, 91,6% estão sediadas no Estado de São Paulo e destas 45,4% estão na cidade de Campinas, onde se localiza o principal campus da Unicamp. Outras 10,6% mantêm suas matrizes nas demais cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), que inclui Paulínia, onde fica o Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp, e 3,4% registram sedes na recém-criada Região Metropolitana de Piracicaba (RMP), onde estão localizados os campi de Piracicaba e Limeira da Unicamp.
De acordo com Lopes, essa aproximação com a Unicamp é benéfica tanto para a região, gerando renda e empregos, quanto para a universidade e para as empresas-filhas, especialmente as de base tecnológica.
“A concentração das empresas-filhas próximas aos campi da universidade também contribui para a continuidade da interação dos ex-alunos e de seus negócios com a Unicamp. A contratação de alunos e os projetos de pesquisa e desenvolvimento são as vantagens mais mencionadas pelas empresas-filhas para sua interação com a universidade”, aponta Lopes.
A pesquisa colaborativa com a Unicamp foi destacada por 19% das empresas do ecossistema neste ano. O número representa um leve aumento em relação ao período anterior, quando 14% declararam parceria em P&D com a Unicamp, e está associado ao aumento no número de empresas-filhas instaladas no Parque Científico e Tecnológico da universidade que firmaram convênios com a instituição.
Uma dessas empresas é a MatchIT, fundada em 2021 e que está, desde o início, dentro do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp com o objetivo de se aproximar da comunidade para executar um convênio de pesquisa com a universidade. A startup fornece uma plataforma inteligente para conectar equipes especializadas em serviços de tecnologia da informação (TI) com os desafios de outras empresas.
Para aperfeiçoar a plataforma, a startup conta com investimento-anjo, investimento privado e financiamento do programa de fomento Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP, além de uma parceria em P&D com o Instituto de Computação (IC) da Unicamp. Ambos os convênios foram aprovados em julho de 2022.
“O financiamento do PIPE chancela a qualidade do nosso trabalho, ao trazer a assinatura da FAPESP e seu prestígio. Já o convênio com o IC Unicamp – que tem mediação da Inova – nos dá acesso ao RECOD.AI, laboratório que representa a vanguarda em inteligência artificial na América Latina”, afirma a ex-aluna da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp Rose Ramos, CEO e cofundadora da MatchIT.
* Com informações da Agência de Inovação Inova Unicamp.
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