Vesper Ventures inicia nova captação de R$ 100 milhões para financiar startups de biotecnologia

11 de julho de 2023

A Vesper Ventures anuncia sua segunda rodada de captação de fundo, no valor de R$ 100 milhões, e consolida suas operações como uma venture builder focada na construção e no desenvolvimento de biotechs.

Cofundada por Gabriel Mantovani Bottós, CEO da empresa, a companhia é pioneira no país no modelo de negócio totalmente voltado à biotecnologia, com foco em impacto social e ambiental. Tem um pipeline que emprega ferramentas de desenvolvimento de gestão para que companhias em early stage possam licenciar suas soluções, fomentando pesquisa e desenvolvimento de plataformas que possibilitem avanços significativos em tratamentos e diagnósticos médicos, produção de alimentos e desafios ambientais.

Ao todo, nesta nova rodada, serão selecionadas dez startups. Para fazer parte do portfólio da Vesper Ventures, os projetos têm que preencher os seguintes critérios: serem projetos de inovações globais e patenteáveis; ter um corpo científico de alto nível e, o principal, trazerem soluções para problemas globais sérios, ainda sem solução definida, com impacto na sociedade e no planeta. Um segmento que, segundo o CEO da Vesper, ainda engatinha no Brasil.

Estados Unidos, Israel, China e Coreia do Sul investem pesado em biotecnologia. São mercados mais maduros e abertos para esse tipo de investimento de longo prazo.

"Diferentemente dos modelos-padrão onde o foco está no crescimento acelerado de market share, na biotecnologia a estratégia é totalmente oposta. A grande maioria das startups de biotecnologia não tem atividade comercial, o foco das operações está no desenvolvimento de propriedade intelectual de grande valor global. Apesar de ser novidade no Brasil, já é um dos principais setores de venture capital dos EUA há anos devido a grande oportunidade de geração de valor e retorno aos investidores", afirma Bottós.

O segundo fundo da Vesper vai contar apenas com financiamento de terceiros. A venture builder fará a gestão dos investimentos e acompanhamento da gestão das empresas. Antes de serem selecionados, os novos projetos passarão por uma rigorosa avaliação de conselheiros científicos com experiências nacionais e internacionais.

Fazem parte do conselho Maíra Bicca, neurocirurgiã e pesquisadora na Johns Hopkins University; Paulo Schor, médico-cirugião, especialista em inovação de saúde e medical design e membro da coordenação do programa PIPE-FAPESP; Paulo Arruda, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e especialista em agricultura e genética; e Dieter Weinand, ex-CEO da Bayer Pharma.

Com diferentes aplicações, o setor de biotech representa, hoje, cerca de 27% do mercado global. A expectativa é que em 2024 esse número aumente para 31%, segundo pesquisa da consultoria Deloitte.

Na saúde, por exemplo, esse campo de conhecimento é responsável pelo desenvolvimento de vacinas, medicamentos e tratamentos que podem alterar substancialmente a relação da medicina com uma patologia. Já a combinação da biotecnologia com a agricultura mostra-se fundamental para que o Brasil cumpra a meta de reduzir em 43% a emissão de gases de efeito estufa até 2030, conforme compromisso assumido na Conferência do Clima da ONU. Além disso, é uma oportunidade de aumentar a produtividade sem necessidade de ampliação das terras disponíveis, evitando o desmatamento.