USP e Ipen lançam hub para impulsionar inovação em saúde

09 de agosto de 2022

O Estado de São Paulo ganhará um ambiente de referência internacional para fomentar o desenvolvimento de inovações tecnológicas e radicais em uma área estratégica para o futuro sustentável do Brasil: o Hub de Ciências da Vida.

O diferencial do projeto, com a participação da FAPESP, é a conexão entre institutos públicos de ciência e tecnologia (ICTs) do Estado de São Paulo, startups e indústrias, com o propósito de solucionar grandes desafios da sociedade e do mercado, por meio do suporte às empresas iniciantes intensivas em tecnologias — as chamadas deeptechs.

O hub ocupará 20 mil m2 do campus Butantã da Universidade de São Paulo (USP), onde novas tecnologias serão desenvolvidas e testadas a partir de janeiro de 2023.

Paula Lima, diretora-presidente do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), destaca que o objetivo do empreendimento é entregar para a sociedade soluções inovadoras que estimulem o desenvolvimento socioeconômico brasileiro.

“Uma das lições que aprendemos na pandemia foi que investir em ciência salva vidas. A COVID-19 evidenciou a dependência brasileira de insumos de medicamentos e equipamentos de saúde. Mesmo empresas que já possuíam tecnologia para produzir ventilador pulmonar não conseguiram suprir nossa demanda interna. Sem a expertise delas e de ICTs como o Instituto Butantan, que produziu a vacina CoronaVac, teríamos perdido muito mais vidas. A partir desse aprendizado, articulamos uma aliança estratégica para a criação e operacionalização do Hub de Ciências da Vida”, explica.

Aceleração de novas tecnologias

A meta é que o hub se torne a base para testes de novas tecnologias em saúde por meio do fomento ao empreendedorismo e das deeptechs. Nesse sentido, um dos diferenciais para as empresas envolvidas no projeto será a integração e acesso a Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) e de Pesquisa em Engenharia (CPEs), financiados pela FAPESP, além de 12 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e Centros de Pesquisas Aplicadas (CPAs) espalhados pelo campus da USP.

O acesso a laboratórios multiusuários presentes no campus universitário e em diversos parceiros, com diferentes tipos de infraestrutura e equipamentos, é outro fator que permitirá o desenvolvimento de novas tecnologias e inovações do início ao fim. Em outra frente de atuação, planeja-se, juntamente com entidades reguladoras, agilizar o processo para validar soluções que precisem de autorizações para produções-piloto.

Hoje 45% das startups da Incubadora USP/Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), gerida pelo Cietec, são das áreas de Ciências da Vida e Saúde, o que evidencia a expertise e sinergia para desenvolver novas soluções nesta área, avalia Wilson Calvo, superintendente do Ipen.

“Grandes empresas nasceram de iniciativas de profissionais oriundos das comunidades da USP e do Ipen, entre outras renomadas, em nossa incubadora de base tecnológica. Ao longo de 25 anos conseguimos construir um ambiente muito propício ao surgimento de soluções inovadoras. Ao criar o Hub Ciências da Vida, pensamos em oferecer um novo espaço onde diversos atores possam colaborar juntos para fortalecer o ecossistema de inovação”, afirma.

Entre institutos e empresas envolvidos na criação do hub estão Instituto Butantan, Inova HC, Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Merck e L´Oréal, entre outros. A iniciativa também conta com o apoio do Governo do Estado de São Paulo.