Ribeirão Preto terá unidade do Inova USP
30 de setembro de 2025Elton Alisson | Pesquisa FAPESP – Na área central da Universidade de São Paulo (USP), no campus de Ribeirão Preto, está sendo finalizada a construção de um espaço que se somará às iniciativas lançadas nos últimos anos na região para impulsionar o empreendedorismo científico e tecnológico. É o prédio do Inova USP, um ambiente multiusuário com a missão de ampliar a capacidade de pesquisa e oferecer uma infraestrutura moderna voltada à inovação, ao empreendedorismo e à ciência aplicada na cidade do interior paulista, conhecida como a capital brasileira do agronegócio.
Parte da infraestrutura do novo espaço, previsto para ser inaugurado no próximo mês de novembro, funcionará por demanda de projetos, em regime de uso rotativo e compartilhado, com acesso definido por editais periódicos. Além disso, o prédio, de quase quatro mil metros quadrados e que recebeu investimentos da ordem de R$ 26 milhões, terá um polo de inovação social que permitirá a atenção a problemas básicos da população por meio de um sistema de teleatendimento na área de saúde, atualmente em desenvolvimento.
“No Inova de Ribeirão Preto, teremos laboratórios certificados, sem atribuição direta a um docente, onde pesquisadores e empresas nascentes poderão, mediante a aprovação de seus projetos e por meio de contrato, aprimorar os produtos, serviços ou as técnicas que estão desenvolvendo em seus últimos estágios de inovação”, disse ao Pesquisa para Inovação Norberto Peporine Lopes, coordenador do Inova USP em Ribeirão Preto.
Um dos laboratórios em construção no Inova USP Ribeirão Preto será voltado para estudos avançados em modelos animais.
O laboratório será instalado no prédio oval, na parte frontal do edifício, e será dedicado a estudos com animais de experimentação, contando com infraestrutura certificada para o desenvolvimento de novos medicamentos.
De acordo com Lopes, a estrutura do laboratório será inédita no Brasil e voltada a pesquisadores que atualmente dependem de parcerias no exterior para conduzir essa etapa crítica do desenvolvimento pré-clínico. “Hoje não há nenhum laboratório desse gênero no país. Houve um em São Paulo, a Fundação Royal, há uns dez anos, que foi desativada. O novo laboratório permitirá preencher esse gargalo”, avaliou.
Já o laboratório de desenvolvimento deverá ocupar um andar completo do novo prédio. O espaço também será multiusuário, mas com uso rotativo, organizado por meio de editais periódicos, voltados para docentes que atuam no desenvolvimento de tecnologias, especialmente aqueles que necessitam de infraestrutura certificada para avançar em estudos que envolvam validação, escalonamento e testes de protótipos.
Na avaliação de Lopes, esse modelo de laboratório que será implantado no novo espaço, com uso definido por meio de projetos aprovados com base no mérito das propostas submetidas e com gestão regulada por contrato, permitirá oferecer maior segurança jurídica aos empreendedores.
“Se um empreendedor utilizar um laboratório que não tenha essa proposta, ele poderá ter problema com patente. Já no caso do Inova USP, a instituição pode abrir mão de todo o processo patenteável”, ponderou.
Residência em Inovação
Uma das iniciativas que serão implementadas no Inova USP de Ribeirão Preto é o programa de residência em inovação. Já existente no Inova USP em São Paulo, o programa de especialização, intitulado Nidus, tem o objetivo de amadurecer e preparar ideias e projetos inovadores para o desenvolvimento de startups.
O programa é aberto para alunos de graduação, pós-graduação, pesquisadores, doutores e empreendedores em geral, não somente da USP, e que tenham uma ideia inovadora ou um projeto já em andamento.
O pesquisador-empreendedor receberá formação para o desenvolvimento de seu projeto de inovação e empreendedorismo, incluindo avaliação do mercado, validação da solução, desenvolvimento do modelo econômico, preparação de plano de negócios, e busca de financiamentos e de recursos humanos.
Os participantes são selecionados por meio de edital e permanecem dois anos no programa de imersão, desenvolvendo projetos integrados, com impacto social, econômico e tecnológico. O programa permite que os empreendedores possam amadurecer melhor seus projetos antes de ingressar em incubadoras como o Supera Parque, em Ribeirão Preto.
“Percebemos que no primeiro estágio de desenvolvimento de um projeto, quando o empreendedor ainda tem apenas uma ideia, ele não tem para onde ir. Se vai para uma incubadora, entra em um estágio ainda muito precoce, porque a ideia ainda não está muito madura e, muitas vezes, ele não tem formação de negócio para desenvolvê-la. Ao mesmo tempo, ele não pode ficar totalmente dentro da universidade durante esse período”, avaliou Lopes.
“Esse é um gargalo que, inclusive, levava alguns empreendedores a arriscar e irem para a incubadora e, consequentemente, perderem a chance de sucesso, pois não dava tempo para amadurecer suas ideias.”
Além de Ribeirão Preto, outra cidade que receberá um polo do Inova USP será São Carlos. Em comum, são cidades onde já há um ecossistema de inovação estruturado, angariado por instituições de ciência e tecnologia (ICTs), como a USP, explicou Lopes.
“A ideia é expandir. Provavelmente, teremos unidades do Inova USP também em Lorena e em Piracicaba”, anunciou.
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