Primeiro satélite de observação da Terra e coleta de dados projetado pela indústria nacional é lançado nos EUA

25 de abril de 2023

O nanossatélite VCUB1, desenvolvido pela Visiona Tecnologia Espacial, joint venture entre a Embraer e a Telebras, foi lançado na madrugada do dia 14 de abril da Base de Lançamento de Vandenberg, na Califórnia, nos Estados Unidos, às 3h48, horário de Brasília. O VCUB1 é o primeiro satélite de observação da Terra e coleta de dados projetado pela indústria nacional e deverá demonstrar a capacidade da indústria brasileira de realizar missões espaciais avançadas.

“O lançamento do VCUB1 é histórico para a indústria aeroespacial brasileira porque coloca o país em um seleto grupo de nações que dominam todo o processo de desenvolvimento de satélites e nos capacita para voos ainda maiores”, afirma João Paulo Campos, presidente da Visiona Tecnologia Espacial.

“O VCUB1 materializa um esforço de anos para a criação de uma empresa integradora de sistemas espaciais brasileira iniciado com o programa SGDC”, avalia.

O principal objetivo da missão é validar a arquitetura do satélite e o seu software embarcado, de forma a poder usá-los em satélites de maior porte. A Visiona implementou e irá testar no VCUB1 todo o software que integra o computador de bordo, o cérebro do satélite, incluindo o sistema de controle de órbita e atitude, inédito no país, e o sistema de gestão de dados de bordo, que permite o controle de todos os componentes do satélite.

A empresa também validará o software de comunicação do satélite, importante para a implementação dos serviços finais e para garantir a segurança das comunicações e do controle do satélite, elemento importantíssimo para a nossa soberania no espaço. A missão também permitirá a qualificação no espaço da câmera OPTO 3UCAM, a primeira câmera reflexiva projetada e produzida no Brasil.

Desenvolvida pelo corpo de engenharia da Opto Space & Defense (antiga Opto Eletrônica) e da Equatorial Sistemas – duas empresas do Grupo Akaer –, a câmera conta com um sistema óptico formado por três espelhos e coletará imagens da superfície terrestre com resolução de 3 metros (m) – ou seja, cada pixel (menor ponto que forma uma imagem digital) cobrirá uma área equivalente a 9 metros quadrados (m2), mostrando com clareza objetos no solo de dimensões limitadas, como, por exemplo, uma caminhonete.

A construção da câmera contou com apoio da FAPESP e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Cinco projetos do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), aprovados no âmbito do convênio entre as duas instituições, totalizaram R$ 5,2 milhões. Um deles teve como objetivo desenvolver um mecanismo de ajuste de foco por controle de temperatura.