O papel estratégico dos fundos de investimentos para startups
28 de junho de 2016A Suzano Papel e Celulose, segunda maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, utiliza em seus processos produtivos vapor pressurizado gerado em três tipos de caldeiras. Cada uma delas é alimentada por fontes diferentes de energia (biomassa, gás e licor preto – subproduto do processo de tratamento químico da indústria de papel e celulose) com velocidades de combustão distintas. Por isso, sempre que a empresa precisava aumentar ou reduzir o consumo de vapor era necessário controlar cada caldeira de forma a manter a pressão estável e evitar aumentos no custo de operação.
Em 2013, a Suzano passou a utilizar uma tecnologia de controle avançado desenvolvida pela I.Systems, que permite à empresa antecipar as variações no consumo, controlar a vazão de ar e a entrada de combustível, entre outras medidas que, ao fim e ao cabo, reduziram custos.
Além da Suzano, o sistema da I.Systems – denominado Leaf – já é utilizado pela Votorantim Metais, Ambev, Oxiteno, Usina São Martinho, Ajinomoto, entre 60 aplicações em empresas de 25 setores.
A versatilidade do produto se explica: o Leaf foi concebido para solucionar problemas comuns de regulação de automação industrial. Baseado na lógica difusa (fuzzy), a tecnologia permite controlar um número maior de variáveis em qualquer linha de produção (leia mais em: www.i.systems.com.br/produtos).
O produto começou a ser desenvolvido em 2007, quando Igor Santiago, engenheiro de computação formado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e outros três sócios criaram a empresa I.Systems. O PIPE da FAPESP apoiou alguns dos componentes do sistema, como um minissimulador e uma prova de conceito do controlador e, posteriormente, a primeira versão do Leaf, o IntFuzzy (leia mais em http://agencia.fapesp.br/17085).
O modelo de negócio era ambicioso – “pretendíamos atender qualquer empresa com o mesmo produto” – e ousado: “focamos no problema das empresas e na tecnologia; não pensamos em tamanho do mercado que, para nós, era infinito”.
Ambição, ousadia e, sobretudo, o potencial de inovação e de escala embutidos no sistema atraíram a atenção do Pitanga – um fundo de US$ 380 milhões gerido pelo biólogo Fernando Reinach –, que se associou à I.Systems.
O Leaf já tinha sido testado na Coca-Cola Femsa, em Jundiaí. Utilizando esse sistema, a maior engarrafadora da marca na América Latina reduziu em 31% as perdas por variação de nível de líquido injetado e em 42% as perdas por borbulhamento, além de ter conseguido o controle simultâneo das válvulas de pressão e de vazão. O resultado foi uma economia de 500 mil litros de refrigerante e de 100 mil garrafas PET por ano.
A parceria com o Pitanga, além do aporte de recursos, contribuiu para que a I.System solucionasse um problema estratégico para o negócio: a definição do preço do produto. “Nossa visão de precificação tinha foco, inicialmente, na viabilização da estrutura de custos. Começamos com preço arbitrário”, afirma Santiago.
Agora, o modelo de precificação é orientado ao benefício para a empresa, com payback de seis meses. A empresa utiliza o Leaf por um determinado período durante o qual os benefícios são mensurados. “Só depois disso é que o cliente se decide pela compra e faz o licenciamento. Se o produto não gera valor, não tem o que remunerar”, sublinha Santiago. “Trata-se de um modelo comercial sofisticado, que poucas empresas utilizam, mas é o modelo do futuro.”
A I.Systems começou a prospectar os primeiros clientes internacionais. “No final de 2015, pedimos um depósito de patente no United States Patent and Trademark Office (USPTO) para proteger a tecnologia de um sistema de controle baseado em Windows”, adianta Santiago.
Empresa: I.Systems
Site: www.i.systems.com.br
Endereço: Av. Júlio Diniz, 319 - Campinas - São Paulo
Telefone: (19) 3381-1054
Projetos financiados pela FAPESP: www.bv.fapesp.br/pt/metapesquisa/?q=Igor+Santiago
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