IPT realiza testes de máscaras cirúrgicas descartáveis

28 de abril de 2020

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) capacitou-se para a realização dos ensaios necessários para que máscaras cirúrgicas descartáveis produzidas no Brasil ou importadas possam ser destinadas a profissionais da área da saúde.

Os ensaios levam em conta a eficiência de filtragem de partículas, respirabilidade da máscara e repelência de fluidos.

“As máscaras de uso comum não necessariamente precisam passar por esses testes, mas para as empresas que pretendem fornecê-las para uso hospitalar são importantes”, explica Fernando Soares de Lima, chefe do Laboratório de Têxteis Técnicos e Produtos de Proteção do IPT.

A importância desses ensaios está diretamente relacionada a requisitos mínimos que visam garantir a qualidade do produto, estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O ensaio de eficiência de filtragem de partículas, por exemplo, é feito por meio de um nebulizador que carrega partículas de látex com tamanhos de cerca de 100 nanômetros – medida que se aproxima do tamanho de um vírus. O aerossol passa pela máscara e, ao final do teste, um contador de partículas verifica quanto desse material atravessou a barreira. Dessa maneira é possível determinar a eficiência da filtragem.

“A norma brasileira determina que a eficiência de filtragem de máscaras cirúrgicas deve ser maior que 98%”, aponta Lima.

A capacitação foi realizada por meio de parceria com a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) e com a PWM Service.

“A Resolução da Diretoria Colegiada [RDC] 356 da Anvisa, de 2020, determina que esses dispositivos precisam passar por testes elencados na norma NBR 15052, da ABNT [Associação Brasileira de Normas Técnicas]. Alguns dos ensaios exigidos não possuíam ainda instituições brasileiras capacitadas para realizá-los”, afirma Lima.