IPT avança na produção de superímãs

22 de maio de 2018

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) firmou, no final de 2016, uma parceria com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) para a produção da liga didímio-ferro-boro, elemento essencial para a produção dos chamados superímãs ou ímãs permanentes. As primeiras amostras de tiras ou flakes da liga foram obtidas recentemente em escala laboratorial, graças à aquisição de um equipamento único no Brasil, cujo funcionamento objetiva não somente a produção das tiras, como também o estudo de parâmetros de processo para que se obtenha a microestrutura ideal da liga.

O equipamento – que contou com um aporte adicional de R$ 500 mil da CBMM, em um projeto de R$ 2,7 milhões, desenvolvido no âmbito da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) – opera a partir da técnica de strip casting, que consiste no resfriamento da liga líquida (NdFeBr) desde aproximadamente 1.450°C para rápida solidificação e obtenção de tiras metálicas cuja espessura e composição química têm efeito direto no bom desempenho do ímã a ser produzido.

“Em uma posterior fase de produção de superímãs, essas tiras serão moídas, e os grãos devem possuir parâmetros adequados de tamanho da fase magnética e distribuição de didímio em seu contorno”, explica João Batista Ferreira Neto, diretor do Centro de Tecnologia de Metalurgia e Materiais do IPT e coordenador do projeto.

Segundo o pesquisador, o objetivo do projeto, que termina em outubro de 2018, é o domínio do processo de obtenção de ligas otimizadas, que possam ser comparadas em termos de qualidade às importadas, atualmente as únicas disponíveis para a produção de superímãs.

O IPT mantém, atualmente, além da CBMM, parcerias com a Weg, empresa especializada na fabricação e comercialização de motores elétricos, transformadores e geradores eólicos, e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), capacitada para a produção de superímãs. Outra parceria importante está estabelecida com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), que tem projeto de construção de um laboratório-fábrica de superímãs no estado mineiro, contando com transferência de tecnologia do IPT na obtenção do metal didímio e na produção das ligas.

Com aplicações em turbinas eólicas e motores de alto desempenho, como os utilizados em eletroeletrônicos, Ferreira Neto explica que os superímãs são produtos importantes para o fornecimento de indústrias de alto valor agregado. “A ideia é unir os elos no desenvolvimento de uma cadeia nacional de produção de superímãs. É um mercado que deve crescer acentuadamente nos próximos anos, alavancado por carros elétricos e por energias renováveis”, finaliza o pesquisador.

 Para mais informações acesse http://www.ipt.br/noticia/1399-novo_passo_para_superimas.htm.