Investimento-anjo em startups no Brasil ultrapassa R$ 1 bilhão

01 de setembro de 2020

O investimento-anjo em startups no Brasil alcançou a marca de R$ 1,067 bilhão em 2019 – crescimento de 9% em relação a 2018 e recuperou a queda de 0,4% no mesmo ano em relação ao volume aportado em 2017. O volume ultrapassou a barreira de R$ 1 bilhão pela primeira vez desde o início da série histórica, que começou em 2010. O número de investidores apresentou um crescimento expressivo de 6%, chegando a 8.220. Tanto o volume de investimentos como o número de investidores ultrapassaram as projeções efetuadas no ano anterior.

Os dados fazem parte da pesquisa realizada pela Anjos do Brasil – organização sem fins lucrativos que fomenta o investimento-anjo e apoia o empreendedorismo inovador no país.

A pesquisa também levantou a perspectiva dos investidores para 2020 após o início da pandemia e os resultados indicam uma queda de pelo menos 10% em relação a 2019 se não houver nenhuma ação para reverter as estimativas. Considerando que antes da pandemia a projeção era de que neste ano o crescimento percentual no volume investido seria maior do que no ano anterior, estima-se uma perda relativa acima de 20%.

"Apesar dos bons resultados de 2019, infelizmente a perspectiva para 2020 é bastante negativa, em especial considerando que, enquanto diversos investimentos são incentivados, o aporte em startups é duplamente tributado”, diz Cassio Spina, presidente e fundador da Anjos do Brasil.

Segundo Spina, além do imposto sobre os ganhos de capital, as eventuais perdas não podem ser deduzidas. “Percebemos que é urgente o estabelecimento da equiparação de tratamento tributário e a criação de mecanismos de incentivo, como, por exemplo, os existentes no Reino Unido, Itália e Espanha, países nos quais, além de isenção, se permite a compensação de até 50% do valor investido em startups nos impostos devidos.” O investimento-anjo no Brasil deveria ser de, pelo menos, R$ 12 bilhões. Para que o Brasil atinja todo o seu potencial é necessário a criação de políticas públicas de fomento ao investimento em startups como ocorre nos países com ecossistemas mais dinâmicos, aponta Spina.

O relatório completo da pesquisa está disponível no site www.anjosdobrasil.net/blog.