Playax “ouve” em tempo real mais de 300 mil execuções de músicas em canais de TV, 125 bilhões na internet e 137 milhões no streaming de rádios de 91.609 artistas

Empresa desenvolve sistema que permite a artistas monitorar audiência musical e acordos comerciais

16 de agosto de 2016

Em 2014, Daniel Cukier, formado em Ciência da Computação pela Universidade de São Paulo (USP), criou a Playax que, com o apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP, desenvolveu um sistema computacional para a gestão de direitos autorais.

A ideia original era oferecer a cantores, compositores e músicos uma plataforma que lhes fornecesse um extrato do uso efetivo de suas músicas (e do valor gerado por elas) em diferentes fontes (rádio, TV, internet), além de acesso a uma base de dados que agregasse todas as informações sobre suas obras e fonogramas.

Quando a empresa começou a prospectar clientes, Cukier e seu sócio, o produtor musical Juliano de Moraes Polimeno, se deram conta de que essa ferramenta tinha potencial de aplicação muito maior: a partir dos dados gerados pelo sistema, o usuário da plataforma pode identificar, por exemplo, em quais rádios e regiões do país suas músicas foram tocadas. Com essa informação, o cliente da Playax direciona suas ações de marketing, planeja agendas de shows, compreende melhor sua audiência e pode conceber estratégias para ampliá-la.

“Enxergamos que há muito mais valor na informação obtida após a identificação de uma música executada em diferentes mídias”, afirmou Cukier. “Esse é o futuro da ciência de dados.”

O sistema desenvolvido pela Playax se baseia em um algoritmo de audio fingerprinting, ou impressão digital acústica, em tradução livre. O algoritmo “ouve” em tempo real as músicas tocadas em plataformas de transmissão de áudio e vídeo pela internet (streaming) de 5,5 mil emissoras de rádio no Brasil, além de mais de 80 canais de televisão, web rádios e sites, como o SoundCloud e Palco MP3, entre outros, e compara pequenos trechos delas com as músicas existentes na base de dados. “Identificamos milhões de músicas ao mesmo tempo, mesmo com chiado ou em um volume muito baixo ”, avaliou Cukier.

A Playax está em fase de crescimento: possui, atualmente, mais de 6 mil usuários que pagam pela assinatura valores entre R$ 30 e R$ 300 mensais. Em 2015, a empresa detectou mais de 300 mil execuções de músicas em canais de TV, 125 bilhões na internet e 137 milhões no streaming de rádios, de 91.609 artistas.

Um dos usos mais frequentes que os artistas têm feito do sistema, segundo Cukier, é verificar as regiões do país onde suas músicas são mais tocadas e, a partir dessa informação, tentar vender shows nessas regiões. Outra aplicação permite verificar se acordos comerciais de divulgação com rádios, por exemplo, têm sido cumpridos.

Além disso, por meio de técnicas de aprendizado de máquina, o sistema é capaz de identificar as melhores rádios para um determinado artista divulgar suas músicas de acordo com seu estilo musical, por exemplo. Ele escolhe onde quer divulgar suas músicas e o sistema as envia mediante o pagamento de um valor adicional ao do plano de assinatura.

“Queremos desenvolver novas opções de filtros e indicadores que possibilitem ao artista comparar o seu desempenho com o de outros ou receber notificações em tempo real quando suas músicas começarem a ser tocadas em uma determinada rádio”, afirmou.

A empresa, que agora está na fase 3 do PIPE, quer expandir seu mercado e investir em marketing. E faz planos de comercializar o produto em países da Europa, América do Sul e Estados Unidos.

Vídeo sobre tecnologia desenvolvida pela Playax: 

Empresa: Playax
Site: www.playax.com
Projetos financiados pela FAPESP: bv.fapesp.br/pt/metapesquisa/?q=playax  
 


FAPESP lança chamada de propostas para o 4º Ciclo de Análise de 2016 do programa PIPE

Estão reservados até R$ 15 milhões para atendimento às propostas selecionadas. O prazo final para submissão de projetos pelo SAGe termina no dia 31 de outubro de 2016.

As normas para submissão de propostas estão disponíveis em: fapesp.br/pipe/normas.

A chamada para o 4º ciclo de 2016 está publicada em: fapesp.br/pipe/chamada-4-2016

Para atender os interessados em participar da chamada e resolver dúvidas, a FAPESP realizará no próximo dia 30 de setembro, das 9h às 12h, o evento Diálogo sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa.

O evento é realizado em parceria com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) e o Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi).