Brasil cria tecnologia para descontaminação ambiental a partir do bagaço de cana

17 de janeiro de 2017

O bagaço produzido pela indústria sucroalcooleira pode ser utilizado como matéria prima para a produção de carvão ativo a ser utilizado na descontaminação da água e do ar, de acordo com estudo realizado pelo Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), ligado ao Centro Nacional de Pesquisas em Energias e Materiais (CNPEM), em Campinas

"O resíduo da indústria sucroalcooleira abre caminho para o desenvolvimento de um material avançado com propriedades antibacterianas quando associado a nanopartículas de prata, sendo um excelente material na remediação ambiental", explicou o pesquisador do LNNano Diego Martinez à Assessoria de Comunicação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC).

A pesquisa teve início a partir de uma demanda feita por uma usina nacional, que utiliza o bagaço de cana para a geração de energia elétrica. O resíduo produzido na queima, bastante rico em carbono, passou a ser utilizado para a fabricação do carvão ativo.

De acordo com os pesquisadores do CNPEM, o carvão ativo feito a partir de bagaço de cana já tem maturidade suficiente e deve estar disponível para o mercado em um prazo entre cinco e dez anos.

A inovação encontra-se em análise pelos pesquisadores, que buscam entender qual é a relação estabelecida entre as nanopartículas de prata no carvão ativo de bagaço e o meio ambiente. "A avaliação proativa dos riscos de nanomateriais é uma nova abordagem que a nanotecnologia está trazendo. Estes estudos estão sendo conduzidos no CBCIN, com a colaboração da Embrapa Ambiente. Preparamos o material ao mesmo tempo em que já pensamos nos seus potenciais efeitos toxicológicos e riscos ambientais", ressaltou Diego Martinez.

Mais informações estão disponíveis no endereço www.mcti.gov.br/noticia/-/asset_publisher/epbV0pr6eIS0/content/brasil-cria-tecnologia-para-descontaminacao-ambiental-a-partir-do-bagaco-de-cana.