Aportes em startups brasileiras caem 86% no primeiro trimestre
11 de abril de 2023A fuga do capital de risco do mercado brasileiro mais uma vez fica evidenciada na recente edição do Inside Venture Capital Report, relatório do Distrito que monitora a atuação dos fundos de investimento em startups no Brasil. Com a consolidação dos dados de março, mês marcado pela falência do Silicon Valley Bank, nos Estados Unidos, o trimestre chegou ao fim com uma queda de 86% em novos aportes em companhias brasileiras na comparação com o mesmo período de 2022.
O levantamento apontou que foram realizadas 91 rodadas neste ano, o que movimentou o mercado com uma injeção de US$ 247,02 milhões. No mesmo trimestre do ano passado, o setor contabilizou 306 rodadas e US$ 1,7 bilhão em investimentos.
Na comparação setorial, destacam-se mais uma vez as fintechs, que receberam o maior volume de recursos (aproximadamente US$ 62 milhões) e o maior número de rodadas (20). O setor de retailtech foi o segundo em número de rodadas, com 11 aportes, mas o terceiro em volume de captação, com US$ 15,2 milhões. Em quinto lugar em número de rounds, as healthtechs, que ficaram atrás apenas das retailtechs em volume de captação, com US$ 17,5 milhões em seis aportes no setor.
Para Gustavo Gierun, CEO do Distrito, apesar do cenário de crise acentuada, o levantamento indica que o mercado tem buscado novos meios de captação.
“Os dados agora mostram mais founders incrementando seus caixas com operações de dívida e com estruturação de M&A [fusões e aquisições]. Essa tendência já aparecia no fim de 2022 e continuou em expansão neste trimestre. São números que acabam mostrando a resiliência das startups em um momento de instabilidade de mercado que muitas delas não haviam vivenciado”, diz.
De acordo com o executivo, esse movimento tem pontos positivos e negativos para o mercado. Entre os benefícios para quem busca financiamento via dívida estão a ampliação dos fluxos de caixa sem diluição, manutenção do controle da companhia, além de evitar um possível down-round (quando as empresas levantam dinheiro com uma avaliação mais baixa do que as rodadas anteriores). Por outro lado, levantar capital por este meio também exige dos fundadores uma maior diligência financeira, fora as obrigações de pagar o montante principal do empréstimo em um período de tempo específico.
As rodadas voltadas para empresas mais maduras tiveram uma redução expressiva no primeiro trimestre de 2023. De acordo com os dados divulgados, o late-stage captou 99,8% a menos que no mesmo período de 2022 e 99,54% a menos que em 2021.
Enquanto isso, o ticket médio em investimentos de capital-semente apresentou estabilidade na comparação ao primeiro trimestre de 2022. Já nas rodadas de investimento na série A o ticket médio teve uma queda substancial de cerca de 61,93%, enquanto na série B a queda foi de 51,37%.
“Além disso, os números deste tri foram afetados tanto pelo contexto macroeconômico global, quanto por episódios como a falência do Silicon Valley Bank e o medo de uma crise bancária em grandeza semelhante ao que vivemos em 2008. Tudo isso fez com o que os investidores segurassem ainda mais os seus caixas, principalmente no mês de março. De toda forma, vale ressaltar que os números volumosos que vimos em 2020 e em 2021 não devem reaparecer no horizonte, mas é importante destacar que não devemos seguir com um cenário de escassez de capital por muito tempo”, explica Gierun.
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