Alunos da USP criam software que prevê risco de doenças crônicas

30 de abril de 2019

Agência FAPESP *– Dois alunos da Universidade de São Paulo (USP) decidiram criar um software inteligente que calcula o risco de uma pessoa ser afetada por doenças crônicas no futuro. A nova tecnologia, chamada “Blue”, integra e analisa bancos de dados hospitalares e laboratoriais, considerando desde consultas, exames realizados, como nível de glicose, hábitos alimentares, frequência de atividade física e o histórico de saúde da família.

A avaliação é iniciada com o CPF do paciente. O programa de computador usa técnicas de inteligência artificial e aprendizado de máquina para estimar as chances de o usuário ser acometido por uma enfermidade específica.

“A nossa missão é prever doenças crônicas antes que elas cheguem a estados irreversíveis”, explica Igor Marinelli, aluno do curso de Engenharia de Computação, oferecido em conjunto pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP. Ele e Rafael Rejtman, aluno do curso de Engenharia Mecatrônica da Escola Politécnica (EP) da USP, são cofundadores da empresa startup que leva o nome do software, Blue, junto com o administrador Pedro Freire.

Os três estiveram na entrega do prêmio HackBrazil, uma das atrações da conferência realizada pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e Harvard University, ocorrida entre os dias 5 e 7 de abril, em Boston. A conferência é realizada pela comunidade brasileira de estudantes. Por conquistarem a competição, os criadores da Blue receberam R$ 75 mil para investir no crescimento da empresa, e os recursos já têm destino previsto: aumentar as fontes de dados utilizadas pelo software, aprimorar os dispositivos de análise e previsão e potencializar o número de dados genéticos disponíveis.

Por enquanto, as informações são extraídas do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e do censo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde. Até agora, o sistema consegue prever os riscos de uma pessoa ser diagnosticada com diabetes e doenças cardiovasculares. Mas o objetivo da Blue é aperfeiçoar o software para a previsão de outras patologias, como fornecer estimativas para o mal de Alzheimer, hipertensão, doenças respiratórias, câncer e problemas metabólicos, como a obesidade.

Mais informações: www.sel.eesc.usp.br/sel/?p=7479.
 

*Com informações da Assessoria de Comunicação do SEL/USP