A.C.Camargo Cancer Center e Aché Laboratórios Farmacêuticos firmam colaboração

29 de janeiro de 2019

O A.C.Camargo Cancer Center firmou acordo de colaboração com o Aché Laboratórios Farmacêuticos com o objetivo de estudar o papel das quinases no desenvolvimento de tumores, desenvolver inibidores destes alvos e buscar novos medicamentos para o tratamento de pacientes com câncer. O projeto conta com a participação do Consórcio de Genômica Estrutural da Universidade Estadual de Campinas (SGC-Unicamp), criado em 2015 com o apoio da FAPESP e que, no ano passado, se tornou a primeira Unidade Embrapii especializada em fármacos.

“A colaboração entre A.C.Camargo e Aché aproxima instituições com capacidades sinérgicas para o desenvolvimento de novos medicamentos e reforça o posicionamento do Brasil internacionalmente na translação da pesquisa básica em soluções terapêuticas inovadoras para a prática da oncologia”, ressaltou Stephani Saverio, diretor de Inovação e Novos Negócios do Aché Laboratórios à Assessoria de Comunicação da empresa.

O A.C.Camargo possui experiência na prática clínica e em pesquisas sobre os mecanismos envolvidos no surgimento e progressão dos tumores. “Já o Aché irá aportar na colaboração sua expertise no design e síntese de novas moléculas na fase de descoberta, assim como nas etapas de desenvolvimento de um candidato a fármaco”, afirmou Cristiano Guimarães, diretor de Inovação Radical do Aché.

Estudos apontam que menos de 10% das quinases em nosso genoma foram amplamente estudadas e utilizadas como alvos para diferentes terapias, principalmente em oncologia. No entanto, estas enzimas são reconhecidamente uma importante classe de alvos terapêuticos. A colaboração é promissora na descoberta de novos alvos terapêuticos e no desenvolvimento de terapias inovadoras para cânceres ainda sem tratamento.

Atualmente mais de 25 inibidores de quinases foram testados em estudos clínicos e chegaram ao mercado, sendo utilizados no tratamento de diferentes tipos de câncer, tais como tumores de rim, pulmão, cabeça e pescoço, sarcomas e alguns tumores hematológicos. “Nossa ideia é estudar as quinases cujas atividades e funções tenham sido pouco exploradas. Acreditamos que elas possam ter atuação relevante no processo tumoral”, explicou a cientista e superintendente de Pesquisa do A.C.Camargo Cancer Center, Vilma Regina Martins, à Assessoria de Comunicação do Aché Laboratórios.

O objetivo é que esses estudos também permitam compreender o que impede um paciente de responder ou não a uma determinada medicação. “Em muitos casos, o medicamento consegue bloquear uma quinase e ampliar a sobrevida dos pacientes, porém a ativação de outras vias celulares envolvidas na doença torna o tumor resistente ao tratamento ao longo do tempo”, acrescenta a cientista e líder do Laboratório de Genômica e Biologia Molecular