Embrapii supera marca de 1,5 mil projetos e R$ 2 bilhões investidos em inovações industriais

19 de abril de 2022

A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) ultrapassou a marca de 1,5 mil projetos que unem indústria e pesquisa no desenvolvimento de novas tecnologias para o mercado, praticamente um projeto contratado a cada dois dias. Em oito anos de atuação, já somou mais de R$ 2 bilhões em investimentos, sendo aproximadamente 50% dos recursos alavancados do setor empresarial.

A instituição pratica um modelo de fomento desburocratizado que busca suprir uma demanda do setor produtivo nacional. Para viabilizar as soluções de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), a Embrapii conecta as empresas, pesquisadores e infraestrutura de grupos de pesquisa credenciados, chamados de Unidades Embrapii (76 distribuídas pelo país), e garante recursos não reembolsáveis que podem chegar a 50% do valor do projeto.

Mais de mil empresas de diferentes portes e segmentos já foram beneficiadas. Na prática, a empresa que tem uma proposta de projeto e deseja inovar pode buscar diretamente uma Unidade Embrapii, de acordo com a área de competência, para debater seu desafio tecnológico. Caso haja acordo, o contrato é assinado e o trabalho iniciado. Além do financiamento, que não necessita de edital para a liberação de recursos, a Embrapii faz o acompanhamento de metas e prazos estabelecidos no ato da contratação até a conclusão.

Os projetos também podem ser desenvolvidos de maneira cooperativa, ou seja, envolvendo mais de uma empresa de diferentes portes, inclusive concorrentes, que possuam uma demanda comum. Projetos de startups possuem uma linha ampliada de crédito para que ganhem competitividade no mercado por meio da inovação e da interação com as grandes empresas.

As propostas viabilizadas são das mais diversas áreas e abrangem o desenvolvimento de satélite 100% nacional, robôs de inspeção submarina, novos princípios ativos para tratamento de câncer, tecnologias agro e automotivas, cidades inteligentes, manufatura 4.0, soluções em IoT, iniciativas sustentáveis, equipamentos de saúde para auxiliar no enfrentamento à COVID-19, entre outras.

Nesta época de pandemia, por exemplo, algumas tecnologias foram desenvolvidas para combater a COVID-19, como o desenvolvimento de exames laboratoriais remotos para a detecção do coronavírus, o ECMO – que funciona como um pulmão artificial para doentes graves –, além de respiradores e tecnologias para tratamento das sequelas da doença.

Já na área agropecuária, um exemplo de projeto é o software para drone de monitoramento agrícola. O projeto modelou e desenvolveu um sistema de visão artificial para verificar a presença de ervas daninhas, pragas e doenças em áreas cultivadas com soja, com base na detecção de padrões em imagens multiespectrais obtidas da área cultivada por meio do sobrevoo de aeronaves tipo drones. Desenvolvida em parceria com a startup Horus, a tecnologia embarcada no drone é capaz de identificar doenças, infestações ou falta de nutrientes na lavoura.