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Eletrocardiógrafo miniaturizado e sem fios facilitará o diagnóstico remoto de pacientes
28 de março de 2017Até o fim do ano, a Ventrix Health Innovation deve concluir o desenvolvimento do primeiro eletrocardiógrafo sem fios, miniaturizado e de fácil manuseio, que poderá ser operado por leigos para a transmissão, através de qualquer celular, de informações detalhadas que permitem o monitoramento e o diagnóstico remoto de pacientes por uma central médica. O passo seguinte será solicitar o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para lançar o produto no mercado ainda em 2018.
O Eletrocardiógrafo Inteligente (iECG) foi desenvolvido com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP.
A expectativa é que o uso do novo eletrocardiógrafo facilite o diagnóstico precoce de doenças cardiovasculares, fator crítico para reduzir sua alta taxa de mortalidade. Essas enfermidades já são a principal causa de óbitos no Brasil e no mundo. A Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que a maior parte dessas mortes poderia ser evitada se os pacientes fossem tratados a tempo, já que os fármacos capazes de reverter quadros cardíacos agudos têm eficácia muito maior quando ministrados nas primeiras horas após o aparecimento dos sintomas. Quanto mais rápido forem desobstruídas as artérias, menor o dano causado ao músculo cardíaco pela falta de irrigação.
O novo eletrocardiógrafo tem como público-alvo inicial socorristas de ambulâncias, equipes que trabalham na entrada de prontos-socorros e cardiologistas interessados em monitorar pacientes por períodos prolongados ou até de forma permanente.
Com o novo aparelho uma equipe de resgate poderá transmitir o exame para uma Central Médica, onde cardiologistas farão a análise dos dados em tempo real para indicar, a distância, o tratamento adequado. Na entrada do PS, o iECG fará a identificação imediata das emergências cardíacas, garantindo sua prioridade no atendimento e evitando os não tão raros casos de mortes na sala de espera.
Já os cardiologistas poderão utilizá-lo tanto para diagnosticar doenças que requerem um monitoramento prolongado das funções cardíacas (como arritmias eventuais), como até para monitorar de forma permanente pacientes mais graves, com a opção de alarme e acionamento automático de socorro em caso de emergência. Isso poderia evitar, por exemplo, a morte de pessoas que sofrem um infarto sozinhas em casa ou uma parada cardíaca enquanto dormem. Em alguns casos, os dados de um eletrocardiograma possibilitam, inclusive, prever um infarto com até 48 horas de antecedência, permitindo intervenções rápidas capazes de evitá-lo.
Segundo Roberto Castro Júnior, doutor em engenharia biomédica, sócio-fundador da empresa e responsável pela pesquisa que desenvolveu o iECG, embora já existam eletrocardiógrafos que o paciente pode “vestir” para o monitoramento remoto, eliminar os cabos e miniaturizar os eletrodos era um desafio tecnológico para simplificar e ampliar o seu uso. Afinal, num resgate de emergência, é complicado colar ao paciente vários eletrodos presos por fios, que também podem ser desconfortáveis para uso diário.
No caso do iECG, basta destacar um papel e colar na pele um monitor autoadesivo, que cabe na palma da mão e tem menos de 1 centímetro de espessura. De acordo com a necessidade, o sistema pode ser programado para gravação contínua dos dados, para gravar quando o paciente tiver algum sintoma ou quando o próprio sistema identificar qualquer anormalidade. Nesses dois últimos casos, são recuperados e armazenados os dados dos momentos anteriores e posteriores à ocorrência.
“Existem várias pesquisas nessa direção em todo o mundo, mas tudo indica que nosso aparelho será dos primeiros a chegar ao mercado”, explica Castro.
Outro diferencial do equipamento é transmitir não só as imagens do eletrocardiograma, mas as informações brutas completas e detalhadas, o que possibilita que a Central Médica de Telediagnóstico faça uma análise muito mais criteriosa, conforme sublinha Castro.
Essa transmissão detalhada, segundo ele, foi possível porque a Ventrix, com mais de uma década de experiência na área, produz não só os equipamentos, mas também todo o sistema de software envolvido.
Telemedicina
Criada em 2005, em Cotia, SP, a Ventrix inicialmente se dedicou à pesquisa, desenvolvimento e comercialização de produtos para telemedicina, cuja fabricação terceirizava. Desde 2015, porém, a empresa produz seus equipamentos em fábrica própria, tendo como carro-chefe o Cardiofit, eletrocardiógrafo que faz e transmite exames de eletrocardiograma (ECG) em repouso e com esforço (teste ergométrico) para uma Central Médica que faz os laudos a distância e os disponibiliza on-line.
A empresa já vendeu mais de 600 desses equipamentos que são usados por laboratórios, clínicas, médicos do trabalho e hospitais públicos e privados de todo o país, que, dessa forma, têm acesso a análises de cardiologistas experientes sem precisar da presença física desses profissionais.
No caso do iECG, o financiamento do PIPE cobre tanto o desenvolvimento do módulo miniaturizado para captação dos sinais, como do aplicativo que será utilizado para que qualquer celular possa receber e retransmitir esses dados para uma Central Médica de Telediagnóstico. Inclui ainda a fabricação e o teste do lote-piloto com as primeiras 100 unidades do equipamento.
Nos testes, os eletrocardiogramas serão realizados tanto por médicos como pelos próprios pacientes para avaliar a efetividade do seu uso por leigos. O objetivo é criar uma forma de monitoramento cardíaco que possa chegar a ser quase tão acessível quanto os testes de glicose que os diabéticos hoje fazem sozinhos em casa, afirma Castro.
A previsão é que, até outubro, o novo eletrocardiógrafo e todo o sistema de telediagnóstico que lhe dará suporte estejam plenamente desenvolvidos para a solicitação de registro na Anvisa, o que viabilizaria seu lançamento comercial ainda em 2018.
A estimativa é que cada aparelho seja vendido por cerca de R$ 2 mil, mas a Ventrix também oferecerá a possibilidade de aluguel associado ao serviço de laudo remoto feito pela Central de Telediagnóstico da empresa, onde uma equipe de cardiologistas trabalha 24 horas.
Entre os produtos já desenvolvidos e patenteados pela empresa estão, além do Cardiofit, um sistema para tratamento a vácuo de feridas complexas (que podem passar anos sem cicatrizar) e um broche para monitoramento remoto de bebês, que transmite para o celular imagens, sons e dados sobre respiração e movimentos, alertando em caso de qualquer anormalidade.
Fundada com foco na inovação tecnológica, a Ventrix teve um forte crescimento a partir de 2015 quando, além do financiamento do PIPE, captou recursos de dois importantes fundos de investimento: o Fundo de Inovação Paulista, gerido pela SP Ventures, e o Criatec II, gerido pela Bozano Investimentos e Triaxis Capital. A empresa aumentou seu faturamento em 12% ao mês em 2016 e já começa a prospectar possibilidades de exportação.
Ventrix Health Innovation
Site: www.ventrix.com.br
Área comercial, P&D e produção e logística: contato@ventrix.com.br
Telefone: (11) 2690-4531 (Cotia, SP)
Telefone: (35) 3473-1088 (Santa Rita do Sapucaí, MG)
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