Volume de investimento-anjo em startups recua 20% com pandemia

06 de julho de 2021

Com a pandemia da COVID-19, o volume de investimento-anjo retrocedeu 20% em 2020 em comparação ao ano anterior (2019), voltando aos níveis de 2016. No ano passado foram aportados R$ 856 milhões pelos investidores-anjo brasileiros. O número de investidores apresentou uma diminuição menor, de 15%, e hoje são 6.956 investidores-anjo no Brasil. Os dados fazem parte da pesquisa realizada pela Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos que fomenta o investimento-anjo e apoia o empreendedorismo inovador no país.

O investimento-anjo é efetuado tanto por investidores proativos, que procuram startups para investir participando de grupos de investidores-anjo organizados, como por investidores passivos, que são procurados por empreendedores e investem oportunisticamente. A análise segmentada entre estes perfis de investidores revela que os investidores proativos apresentaram crescimento no volume de investimento aplicado. Por outro lado, os investidores passivos tiveram uma grande redução, que não foi compensada no resultado final. Isso ressalta a importância de ações de estímulo para tornar os investidores passivos em ativos.

A pesquisa também levantou a perspectiva dos investidores para 2021, que esperam ter um aumento de 15%. Embora positiva e de recuperação, a expectativa é ainda insuficiente para a demanda das startups.

De acordo com Cassio Spina, presidente e fundador da Anjos do Brasil, hoje o volume de investimento no país representa apenas 0,7% do que é investido em startups nos Estados Unidos, que somam aproximadamente US$ 25,3 bilhões anualmente. Apesar da evolução registrada no Brasil na última década no volume de investimento-anjo, o país ainda está muito aquém de seu potencial. O investimento-anjo deveria ser de pelo menos R$ 12 bilhões. Para que o Brasil atinja todo o seu potencial é necessário a criação de políticas públicas de fomento ao investimento em startups, como ocorre nos países com ecossistemas mais dinâmicos, avalia a entidade.