46 projetos foram selecionados na chamada do 1º ciclo PIPE de 2019, 15 no edital do programa PIPE-PAPPE Subvenção: 6ª Rodada (2018) e três na chamada PIPE-PAPPE Subvenção: Cidades Inteligentes – Grandes Metrópoles (2018)

Programa PIPE-FAPESP anuncia 64 novos projetos selecionados

20 de agosto de 2019

Elton Alisson | Pesquisa para Inovação – Uma startup de Campinas, a Acen Microeletrônica, está desenvolvendo uma cápsula do tamanho de um comprimido, com uma câmera de vídeo em seu interior, que poderá ser ingerida para a realização de exames de endoscopia. Outra pequena empresa de base tecnológica de Mogi das Cruzes, a BRVant, está desenvolvendo um sistema de monitoramento de focos do Aedes aegypti por drones, visando combater a dengue e outras doenças transmitidas pelo mosquito.

Os projetos das duas empresas estão entre os 64 selecionados em chamadas de propostas do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), anunciados no dia 13 de agosto, em evento na FAPESP.

Desse total, 46 projetos foram selecionados na chamada do 1º ciclo PIPE de 2019, 15 no edital do programa PIPE-PAPPE Subvenção: 6ª Rodada (2018) e três na chamada PIPE-PAPPE Subvenção: Cidades Inteligentes – Grandes Metrópoles (2018).

“Queremos por meio do programa PIPE financiar pequenas empresas inovativas que tenham sucesso, cresçam e gerem empregos, receitas, tributos e benefícios para a sociedade”, disse Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo (CTA) da FAPESP, durante o evento.

Entre as empresas com projetos selecionados nas chamadas do PIPE, 14 estão em fase de constituição e algumas delas, como a Iagro, de Campinas, a Smart Consultoria Agronômica, de Piracicaba, e a Autaza, de São José dos Campos, tiveram mais de um projeto selecionado em outros editais.

Outras empresas, como a BRVant, já tiveram projetos selecionados em chamadas anteriores. Por meio de um projeto apoiado entre 2012 e 2013, a startup desenvolveu um sistema de monitoramento aéreo com drones e outros tipos de veículos aéreos não tripulados para uso militar.

“Em 2016 fizemos uma joint venture com uma empresa americana e, com isso, conseguimos começar a exportar os nossos produtos”, disse Rodrigo Kuntz Rangel, sócio da BRVant.

A Iagro pretende desenvolver uma armadilha inteligente para o monitoramento automatizado do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) e um sensor para detecção, em tempo real, de moscas-das frutas (Anastrepha spp.) e do mediterrâneo (Ceratitis capitata) para uso em armadilhas automatizadas, baseadas em internet das coisas (IOT, na sigla em inglês) e inteligência artificial.

“Nossa ideia é desenvolver uma espécie de arapuca que consiga atrair esses insetos por meio de estímulos, como cheiro e cores, nas lavouras e enviar os dados para monitoramento pelos produtores”, disse Fabricio Theodoro Soares, um dos fundadores da empresa.

Já a Autaza quer aprimorar um sistema de inspeção de qualidade de pintura automotiva e um escâner 3D para inspeção automática de peças automotivas.

“Nós somos especialistas em visão computacional, baseada em inteligência artificial, e queremos utilizar essa ferramenta para eliminar subjetividades na inspeção de qualidade de pintura automotiva”, disse Gabriel de Souza Amaral, pesquisador na empresa.

“Os projetos de pesquisa apoiados pelo PIPE devem ter potencial de retorno comercial e permitir aumentar a competividade das empresas apoiadas. A ideia é, a partir dos casos de sucesso, fomentar no Estado de São Paulo a ideia de que é um bom negócio fundar empresas voltadas a criar inovação por meio da pesquisa e desenvolvimento”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.

O PIPE apoia a execução de pesquisa científica e ou tecnológica em pequenas empresas no Estado de São Paulo com até 250 empregados. O programa tem quatro ciclos anuais, cada um deles com R$ 15 milhões de recursos para apoiar projetos selecionados para a Fase 1 do programa, de análise da viabilidade técnico-científica de uma ideia, e para a Fase 2, de desenvolvimento da proposta de pesquisa.

A Fase 1 tem duração de nove meses e financiamento de até R$ 200 mil por projeto. A Fase 2 tem duração de dois anos e financiamento de até R$ 1 milhão por projeto.

Os recursos para a Fase 3, de desenvolvimento comercial e industrial de produtos ou processos resultantes da pesquisa, devem ser obtidos pela empresa junto ao mercado e a outras agências de financiamento ou ainda por meio de submissão de propostas às chamadas do programa PAPPE-PIPE.

Em 2018, o PIPE aprovou 255 projetos, o que equivale a um projeto aprovado por dia útil do ano. Os projetos podem receber financiamento de até R$ 1,2 milhão, somando as fases 1 e 2, destacou Brito Cruz.

“A FAPESP não exige contrapartida das empresas com projetos apoiados”, disse. “As únicas exigências são que a pesquisa aconteça dentro da empresa e seja liderada por pesquisadores associados a ela”, afirmou o diretor científico da FAPESP.