PIPE-FAPESP recebe propostas de pequenas empresas até 20 de julho
30 de junho de 2020Elton Alisson | Agência FAPESP – A FAPESP realizou no dia 24 de junho o evento-online Diálogo sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa.
O objetivo da reunião foi esclarecer dúvidas de empreendedores interessados em apresentar projetos para a terceira chamada de propostas de 2020 do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), cujo prazo de submissão encerra no dia 20 de julho.
Podem apresentar propostas pesquisadores vinculados a empresas de pequeno porte (com até 250 empregados) com unidade de pesquisa e desenvolvimento no Estado de São Paulo. Quem não tiver empresa formalizada também pode submeter propostas. A formalização deverá acontecer após a aprovação do projeto e antes da assinatura do auxílio PIPE.
“Isso representa uma enorme vantagem para quem tem uma boa ideia, mas não está muito seguro se de fato é um projeto viável. Nesse caso, é possível submeter a proposta ao PIPE-FAPESP e, ser for bem avaliada e aprovada, o proponente terá que abrir a empresa para poder obter o recurso”, explicou Sérgio Queiroz, membro da Coordenação Adjunta – Pesquisa para Inovação da FAPESP.
Os projetos deverão ser desenvolvidos por pesquisadores com vínculo empregatício com a empresa ou a elas associados por meio de contrato de prestação de serviços, por exemplo.
Os pesquisadores deverão dedicar, no mínimo, 24 horas semanais ao projeto e, preferencialmente, 40 horas, ressaltou Queiroz.
“A experiência mostra que os projetos bem-sucedidos são aqueles em que o pesquisador se dedica fortemente. Ele não está preocupado com aulas ou em orientar alunos, por exemplo. Portanto, pesquisadores vinculados a universidades não são, em princípio, candidatos ao PIPE. Eles podem participar eventualmente como consultores ou desempenhar outra atividade secundária no projeto”, afirmou.
Não é exigido nenhum tipo de titulação acadêmica do pesquisador responsável pelo projeto, mas a comprovação de que tem experiência na condução de projetos de pesquisa, esclareceu Queiroz.
Projetos em duas fases
As propostas podem ser desenvolvidas em duas etapas. A Fase 1, de demonstração da viabilidade técnica e comercial da pesquisa proposta, tem duração máxima de 9 meses e recursos de até R$ 200 mil. A Fase 2, de desenvolvimento da pesquisa propriamente dita, tem duração máxima de 24 meses e recursos de até R$ 1 milhão.
Quando os proponentes já tiverem realizado com recursos próprios atividades tecnológicas que demonstrem a viabilidade do projeto podem submeter propostas diretamente à Fase 2.
“Eventualmente se a empresa já executou a Fase 1 por conta própria e obteve resultados equivalentes aos exigidos nessa etapa ela pode submeter o projeto como Fase 2 direta”, afirmou Queiroz.
Os projetos devem demonstrar que usarão conhecimento resultado de uma pesquisa científica ou tecnológica para solucionar um determinado problema que resulte em um produto ou processo inovador.
“Todos os projetos apoiados pelo PIPE-FAPESP têm que atender a esses dois critérios, de ter pesquisa e inovação”, disse Queiroz.
Estão reservados até R$ 15 milhões para atendimento às propostas selecionadas sem exigência de contrapartida, ou seja, que a empresa também empenhe outros recursos. Essa situação, porém, pode acontecer.
“Se a empresa for investir outros recursos no projeto deve mencionar na proposta porque isso é visto como muito positivo na análise pela FAPESP. Se há mais gente disposta a investir no projeto, isso dá mais segurança para a FAPESP em aportar recursos”, afirmou Queiroz.
A submissão de projetos é feita pelo sistema SAGe da FAPESP.
As normas para submissão de propostas estão disponíveis em: www.fapesp.br/pipe/normas.
A FAPESP divulgará o resultado enviando a cada proponente os pareceres técnicos dos avaliadores. Os pareceres podem ser úteis para o aperfeiçoamento da proposta, se aprovada ou não. Em caso de não aprovação, o proponente poderá aperfeiçoar a proposta, corrigindo as falhas apontadas, e submeter nova solicitação no edital subsequente.
Projetos em todas as áreas
Podem ser submetidas propostas em todas as áreas, tais como automação, inteligência artificial, controle biológico e equipamentos médicos, entre diversas outras.
A carteira de projetos apoiados pelo PIPE-FAPESP é composta por empresas atuantes em todas esses segmentos. Algumas delas já se tornaram exportadoras e outras têm contribuído no combate à pandemia da COVID-19, como as da área de bio e nanotecnologia.
A fim de apoiar o desenvolvimento de produtos, serviços ou processos criados por startups e pequenas empresas de base tecnológica no Estado de São Paulo para essa finalidade, o PIPE-FAPESP lançou um edital, em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), 10 dias após declarada a pandemia da doença, adotando um sistema de análise fast tracking, disse Douglas Zampieri, membro da Coordenação Adjunta – Pesquisa para Inovação da FAPESP.
“O primeiro projeto foi aprovado três dias após a submissão. Hoje estão em desenvolvimento seis projetos de startups, que envolvem desde um equipamento de tomografia por impedância elétrica para tratamento de pacientes com insuficiência respiratória até a produção de kits diagnósticos para detecção da infecção em tempo real”, afirmou Zampieri.
A chamada para o 3º ciclo de 2020 está publicada em: www.fapesp.br/pipe/chamada-3-2020.
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