Empresas apoiadas pelo PIPE-FAPESP contribuíram com o satélite Amazonia 1

09 de março de 2021

* Quatro empresas apoiadas pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), vinculadas ao Parque Tecnológico São José dos Campos (PqTec), estão diretamente ligadas à Missão Amazonia, responsável por desenvolver e colocar em órbita no dia 28 de fevereiro o Amazonia 1, primeiro satélite de observação da Terra totalmente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil.

A Equatorial Sistemas e a Opto Eletrônica – duas empresas do Grupo Akaer, localizado no núcleo do PqTec – desenvolveram a câmera WFI, especialmente projetada para monitorar a Amazônia e capturar imagens coloridas de áreas de cerca de 640 mil km², diminuindo o tempo necessário para cobrir toda a floresta. As empresas também desenvolveram o gravador digital de dados, dispositivo resistente à radiação que grava e armazena os dados de imagem coletados nos momentos em que o satélite está fora da visibilidade de estações terrenas, proporcionando flexibilidade à missão.

A Omnisys, subsidiária da Thales no Brasil e residente no Parque, desenvolveu e produziu o transmissor AWDT banda X e sua antena, duas tecnologias que permitem enviar os dados de imagem do satélite para as estações de recepção na Terra. Também foi responsável pelo desenvolvimento do hardware e software de testes da Unidade Remota de Telemetria (RTU), dispositivo que realiza a aquisição remota das telemetrias e a distribuição dos comandos associados aos equipamentos e subsistemas embarcados no satélite.

A empresa Fibraforte, associada ao Cluster Aeroespacial Brasileiro, desenvolveu o subsistema de propulsão, responsável por alterar a velocidade do satélite garantindo a correta inserção e manutenção de sua órbita nominal.

Já a AEL Sistemas, do Rio Grande do Sul, que faz parte do projeto setorial Aerospace Brazil, gerido pelo Parque, e não teve apoio do PIPE-FAPESP, desenvolveu e fabricou os conversores DC/DC, responsáveis pela conversão dos níveis de tensão elétrica necessários para alimentar os sistemas do satélite.

A Missão é coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e conduzida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI). Tem como objetivo fornecer imagens de sensoriamento remoto para observar e monitorar o desmatamento, a agricultura em todo o território nacional e oferecer dados da região costeira, reservatórios de água, florestas e desastres ambientais.

Os investimentos no setor espacial têm crescido globalmente. De acordo com dados da AEB, em 2008 apenas 49 países participavam desse mercado. Em 2018 esse número aumentou para 72 e em 2020 foram registrados 79 países investindo nesse segmento.

A atenção para o espaço vem dos benefícios econômicos que a exploração espacial pode trazer. Tanto dos diretos, que têm origem na cobrança por serviços que usem o espaço, quanto dos indiretos, a exemplo dos sinais de satélite usados no agronegócio, meteorologia, desastres naturais, entre tantas outras aplicações.

A expectativa é que até 2040 a economia espacial atinja o valor de US$ 1 trilhão e o mercado apenas de veículos lançadores chegue a algo próximo de US$ 20 bilhões até 2030.

* Com informações da Assessoria de Comunicação do PqTec