Empreendedores reavaliam planos de negócios em Programa de Treinamento

26 de setembro de 2017

A Plateinnove Biotechnology é uma das 21 empresas com projetos aprovados para a Fase 1 do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP, que concluíram a 4ª edição do Programa de Treinamento de Empreendedores de Alta Tecnologia com uma nova perspectiva de desenvolvimento e inserção no mercado. O objetivo do Programa é alinhar os resultados de pesquisas aprovadas na Fase 1 do PIPE – de validação do projeto – a resultados econômicos da aplicação da tecnologia.

A startup desenvolve o piloto da solução tecnológica Ingrowth, que dá novo destino às bolsas de concentrados de plaquetas com prazo de validade próximo do vencimento, antes de serem descartadas por bancos de sangue. O plano é utilizar essas bolsas na produção de nutrição celular em pesquisa e em testes pré-clínicos realizados pela indústria farmacêutica em atividades avançadas de Pesquisa e Desenvolvimento.

A opção da Plateinnove por esses mercados foi definida ao final do treinamento, depois de 126 entrevistas realizadas com potenciais clientes do Ingrowth. “Nosso projeto evoluiu durante o treinamento, e agora prevemos a comercialização do produto em outros segmentos, como insumo para P&D na indústria cosmética e veterinária”, disse Sheila Andrade, pesquisadora responsável pelo projeto.

“O Programa ensina empreendedores a decidir se devem ou não continuar com o projeto e aumenta o potencial de sucesso das empresas”, disse Flávio Grynszpan, membro da Coordenação de Área Pesquisa para Inovação da FAPESP e um dos coordenadores do PIPE Empreendedor.

O treinamento do PIPE Empreendedor também foi decisivo para a SciPet Soluções em Inovação Tecnológica. A meta original era desenvolver um aplicativo disponível em smartphones para localização de animais perdidos e seus donos, o serviço CrowdPet. Depois do treinamento e de ouvir potenciais consumidores, a empresa decidiu ampliar as funcionalidades do recurso. “Vamos adicionar uma ferramenta colaborativa de coleta de dados sobre esses animais voltada para prefeituras, ONGs e cidadãos e criar um banco de dados populacional de animais para apoiar políticas públicas para lidar com riscos da superpopulação de animais à saúde pública”, disse Fábio Piva, pesquisador principal do projeto. “As entrevistas realizadas pela empresa apontaram que todos os setores da sociedade entendem esse problema como uma responsabilidade público-privada”, completou.

Samuel Gazzola, da Farm Solutions Monitoramento, empresa que desenvolve, com o apoio do PIPE, um sistema de operação de tratores agrícolas, percebeu que deveria mudar seu plano de negócios ao longo das 100 entrevistas que fez com seus possíveis clientes. “Estávamos entregando maior eficiência e um custo reduzido e, na verdade, eles procuram um sistema automatizado de coleta de informações confiáveis, um sistema inteligente de interpretação dessas informações que facilite o trabalho de gestão, que não existe no mercado”, disse. “Hoje, nessa visão de business model canvas que tivemos durante o treinamento, enxergamos como cliente os gestores de operação, que são os profissionais cobrados pela eficiência e pelos resultados.”

O Programa de Treinamento de Empreendedores de Alta Tecnologia tem como base o programa I-Corps, da National Science Foundation (NSF), concebido por Steve Blank, referência mundial nas abordagens Lean Startup e Customer Development.

O Programa já teve a participação de 105 empresas desde sua primeira edição, no primeiro semestre de 2016. No segundo semestre do ano passado o treinamento se tornou uma atividade regular do PIPE. Em 2017 está programado mais um treinamento e, em 2018, estão previstas quatro edições, com a participação de 84 empresas.

O PIPE Empreendedor é coordenado por Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, tendo Flavio Grynszpan, Marcelo Nakagawa e Hélio Marcos Machado Graciosa como adjuntos.