BNDES apresenta linhas de financiamento a empresas apoiadas pela FAPESP
27 de março de 2018Claudia Izique | Pesquisa para Inovação – Cerca de 90 empreendedores, apoiados pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), reuniram-se com técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para conhecer as linhas de financiamento do banco para a inovação tecnológica.
O encontro, na sede da Fundação, em 14 de março, se inscreve entre as ações previstas em convênio firmado entre a FAPESP e o BNDES em outubro de 2017 (leia mais em http://agencia.fapesp.br/26324). Participaram do evento Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação, e Thiago Mardo, gerente de Negócios e Operações da Desenvolve SP.
As empresas presentes ao encontro tiveram acesso a até R$ 1,2 milhão não reembolsáveis do PIPE para desenvolver projetos inovadores baseados em pesquisa e/ou recursos de subvenção econômica da FAPESP e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) – no âmbito do PIPE-PAPPE – para transformar projetos em protótipos. Buscam, agora, financiamento e crédito para escalar o mercado.
“A nova política operacional do banco [anunciada em março] prioriza a inovação”, disse Isabela Brod, gerente de Inovação do BNDES. As novas regras, por exemplo, ampliam o prazo máximo de financiamento de 12 para 20 anos e reduzem o spread (a taxa por meio da qual o BNDES se remunera) de 1,7% para 0,9% ao ano.
As micro (faturamento de até R$ 2,4 milhões), pequenas (até R$ 16 milhões) e médias empresas (até R$ 300 milhões) – denominadas MPMEs, pelo BNDES – têm participação média de 31% no desembolso do banco, mas representam, também em média, 95% do total de operações. “O acordo com a FAPESP une esforços para juntar recursos para a inovação e fazer chegar às empresas”, disse Isabela Brod.
Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, esclareceu que, no âmbito do acordo com o BNDES, o PIPE é “chancela de qualidade” para as empresas apoiadas que buscarem recursos do banco, mas ressaltou: “Isso não quer dizer que terão fast track. Elas serão avaliadas por rating e plano de negócios, de acordo com os critérios do BNDES. A grande vantagem de estar no PIPE é ser automaticamente vista como uma empresa inovadora e, portanto, elegível para as linhas prioritárias do banco”.
Chamadas conjuntas FAPESP e BNDES
O acordo prevê também que FAPESP e BNDES avaliem temas tecnológicos relevantes para a formulação de políticas públicas e investimentos coordenados, como o lançamento de chamadas conjuntas de projetos relacionados à pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em Manufatura Avançada e Internet das Coisas (IoT). A parceria também deverá permitir ações articuladas voltadas para projetos específicos, como os Centros de Pesquisa em Engenharia (CPE), mantidos pela Fundação.
“Há um grande alinhamento entre a FAPESP e o BNDES nos temas considerados estratégicos para o futuro da indústria brasileira, como manufatura avançada, internet das coisas, agricultura de precisão e o apoio a startups. Há também o entendimento de que os Centros de Pesquisa em Engenharia, que a FAPESP lançou anos atrás, podem ser um instrumento muito relevante para projetos mais ambiciosos de P&D da indústria”, disse Pacheco.
Instrumentos de financiamento
Em sua apresentação, Brod informou que o BNDES dispõe de instrumentos para apoiar empresas cujos planos de negócios contemplem inovações potencialmente disruptivas ou incrementais de produtos, processos e marketing; atividades de P&D, investimentos em ambientes na infraestrutura de inovação, além de inovação em software e serviços de Tecnologia da Informação (TI), entre outros.
Além de operações de financiamento diretas e indiretas, o banco participa, ao todo, de 15 fundos de investimentos voltados para a inovação, com capital comprometido de R$ 1,8 bilhão. Informações sobre os fundos apoiados estão disponíveis no endereço www.bndes.gov.br/fundosdeinvestimento. Nos próximos meses, dois novos fundos estarão em operação: o Fundo de Coinvestimento Anjo, cujo gestor está sendo selecionado, e o Fundo de Venture Debt.
O Fundo de Coinvestimento Anjo, com capital comprometido esperado de R$ 100 milhões, apoiará inicialmente cerca de 100 startups e o de Venture Debt oferecerá crédito a MPMEs inovadoras, com alto potencial de crescimento e dificuldades de captação de recursos para financiar planos de investimentos, resumiu Gabriel Gomes, chefe do Departamento de Fundos do Banco. Para outras informações sobre os fundos acesse www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/mercado-de-capitais/fundos-de-investimentos/fundos-de-investimentos.
Cristiane Yaika Marques, do BNDES, apresentou à plateia várias alternativas de apoio indireto, como o Cartão BNDES, o BNDES Automático, o BNDES Finame e o BNDES Giro.
“As operações indiretas do BNDES com as MPMEs são realizadas por meio de agentes credenciados, como bancos comerciais públicos e privados, agências de fomento e cooperativas de crédito, que assumem o risco da operação”, disse.
Marques convidou a plateia a visitar a página do Canal do Desenvolvedor MPME, um portal de relacionamento do banco que facilita o acesso às linhas de financiamento de empresas com faturamento anual de até R$ 300 milhões, e a utilizar o aplicativo BNDES MPME para consultar opções de solução de linhas de crédito.
Para mais informações sobre linhas de financiamento acesse a página do BNDES (www.bndes.gov.br) ou ligue para o atendimento empresarial: 0800 702 6307.
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