Plataforma digital simplifica aplicação e correção de provas
17 de março de 2020Eduardo Geraque | Pesquisa para Inovação – A partir do ano passado, diversas escolas de ensino fundamental e médio da rede pública de ensino de São Carlos, no interior de São Paulo, começaram a aplicar, de forma-piloto, as avaliações dos estudantes de forma digital, em computadores, tablets e smartphones. Dessa forma, passaram não só a economizar com a eliminação do uso de papel e de impressão das provas, mas também a agilizar o processo de correção e lançamento das notas nos sistemas.
A plataforma de avaliação digital foi desenvolvida pela Aptor Software – uma empresa derivada do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP.
O sistema, chamado “Meta-SP”, foi testado com sucesso em quase 30 mil alunos durante o ano de 2019 nos exames da “Avaliação de Aprendizagem em Processo” (AAP) – um conjunto de provas feito quatro vezes ao ano na rede pública para diagnosticar o nível de aprendizado dos estudantes.
Os índices extraídos dos resultados das provas, focadas nas habilidades de leitura, escrita e raciocínio lógico-matemático, são usados pela Secretaria de Educação para aprimorar o processo educacional e desenvolver projetos voltados a melhorar as competências e habilidades dos alunos de acordo com a série e o bimestre.
Um estudo estatístico, feito a partir dos dados obtidos com a aplicação das provas pela plataforma digital, mostrou que a ferramenta é extremamente eficiente.
“Constatamos que 86,6% dos parâmetros de comparação ficaram dentro da variação esperada, levando em conta a diversidade dos alunos e das escolas que participaram dos testes”, disse Leandro Agostini do Amaral, diretor da Aptor.
De acordo com Amaral, o sistema funciona em questões de múltipla escolha e conta com rotinas de segurança que não permitem a “cola”, o que o torna 100% confiável.
Depois das avaliações de teste no ano passado, a plataforma da Aptor voltou a ser usada, de forma oficial, em quase 10 mil provas aplicadas este ano na rede pública de ensino de São Carlos.
Além do ganho logístico e de redução do número de pessoas para aplicação das provas, segundo Amaral, a plataforma digital permite reduzir drasticamente o impacto ambiental pela substituição do papel.
“Os nossos cálculos indicaram que a aplicação no ano passado das provas da ‘Avaliação de Aprendizagem em Processo’ por meio da plataforma digital gerou uma economia de 706 mil folhas. Isso significa que 47.052 árvores foram poupadas”, estimou Amaral.
Melhora cognitiva em idosos
Por meio de outro projeto apoiado pela FAPESP, a Aptor também está desenvolvendo uma plataforma de jogos acessíveis para treinamento cognitivo de idosos.
Na primeira fase do projeto, iniciado em 2016, os pesquisadores aplicaram testes adaptativos com o objetivo de identificar e validar as melhores estratégias de jogos para apoiar a qualidade de vida de idosos. Agora, na segunda fase, pretendem viabilizar o desenvolvimento comercial da plataforma.
“Identificamos a oportunidade de desenvolver jogos para idosos a partir de uma pesquisa feita com cuidadores”, explicou Amaral.
De acordo com os relatos desses profissionais, ao voltar para casa após muitos dias internados em hospitais, os idosos apresentam um regresso evolutivo nas funções cognitivas. Isso porque, ao serem internados, não costumam continuar a fazer atividades para exercitar funções cerebrais que normalmente fazem quando estão em casa.
“Foi aí que surgiu a ideia de desenvolvermos uma plataforma que pudesse ser usada também em ambientes restritos, como hospitais”, disse Amaral.
A proposta dos jogos é testar as funções executivas do cérebro e também a memória dos idosos, de modo a retardar o declínio de atividades cognitivas ao longo do envelhecimento.
A empresa também desenvolveu ao longo dos últimos anos jogos educacionais voltados para crianças e jovens, como o “Ludo educativo”.
“Quanto fundamos a empresa, em 2005, nosso objetivo único era criar um sistema de gerenciamento de eventos de associações científicas, que conseguimos desenvolver e temos até hoje no nosso portfólio. Com o passar dos anos fomos explorando novas oportunidades”, disse Amaral.
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